Vigiai! Este é o alerta que nos faz Jesus, no início
de mais um Ano Litúrgico. Seria mais correto e inteligível se o chamássemos de
mais um ano de acordo com o Plano de Deus. O ano, conforme a mentalidade dos
homens é formada pelo tempo - que gasta a terra para dar a volta ao redor do
sol. O Ano Litúrgico é o tempo que nós, povo de Deus, usamos para refletir
sobre o que nós estamos fazendo aqui na terra para imitar o exemplo de Jesus e
seguir os seus ensinamentos.
Vigiai! É a palavra mais apropriada para refletir
bem como estamos imitando o exemplo e seguindo os ensinamentos que Jesus, nosso
irmão, está nos ensinando. E, pelo que vemos todos os dias, precisamos ficar
atentos! Não precisamos pensar muito para comprovar de que a nossa terra não é
a mesma da que tivemos a alegria de presenciar faz alguns anos. Não existe mais
mata para os animais habitar, árvores para os passarinhos fazer o ninho, nem
terra para o povo trabalhar. Por isso ela não pode produzir alimentos para o
povo comer. Assim, milhões de pessoas passam fome, todos nós comemos alimentos
contaminados, bebemos água poluída, e depois reclamamos porque estão aumentando
as doenças e epidemias que antes não existiam.
Vigiai! Porque de nada serve lamentar da corrupção
que está dominado o mundo inteiro, quando, como vemos, ela está começando
dentro da nossa casa. Que é cada vez maior o número de desempregados, porque
lhes foi roubada a terra onde eles poderiam trabalhar e produzir alimentos para
todos nós termos alimentos sadios para comer. Com certeza, até a violência
diminuiria se os poderosos usassem menos dela, e todos estivessem ocupados e
trabalhando. Porém, nós nem gostamos de ouvir e de pensar sobre estas verdades,
por isso somos obrigados a sofrer as consequências,
O profeta Isaías (Isaías 63,16-19) lamenta, em nosso
nome: "Senhor, tu és o nosso Pai, o
nosso Redentor; eterno é o teu nome. Como deixa-nos andar longe dos teus caminhos
e endureceste os nossos corações para não termos o teu temor?" Isto
ele anunciou mais de setecentos anos antes da vinda de Jesus. E estamos nos preparando
para celebrar mais um aniversário do seu nascimento, e estas palavras, agora,
tem um significado diferente. A realidade é que Deus não nos abandonou. Fomos
nós que O abandonamos, e trocamos a imagem do seu Filho Jesus pela figura fictícia
do Pai Noel, escolhendo o egoísmo e o consumismo, que é a causa de todas estas
desgraças que nos afligem. E criamos uma aversão pela gruta de Belém, por ela ser
o símbolo do desprendimento das coisas materiais indispensável pela construção de
um mundo justo e fraterno, onde a Paz seria uma realidade.
No domingo passado, festa de Cristo Rei, Ele
lembrou-nos de que, quando terminar a nossa missão aqui na terra, deveremos
prestar contas de como usamos os dons que Ele nos deu. Na medida em que os
tivermos colocado à serviço dos outros, participaremos de Sua glória; se os
tivermos empregado unicamente para o nosso bem-estar, ficaremos afastados Dele
por toda a eternidade. Esta será a opção definitiva para a nossa vida. Por
isso, no início de um novo ano litúrgico, Jesus nos alerta: "Vigiai!"
Monsenhor Antonio
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